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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Eu fiz pelo meu amor

Era uma manhã de quinta-feira, eu estava no portão conversando com a minha amiga e ele chegou em casa antes do horário, há algumas semanas, ele havia me dito que não me queria perto dela, pois ela era promiscua, não tinha marido, não tinha família; o que seria de mim e o que pensariam de mim se andasse com ela?
Mas ela era minha amiga, havia a conhecido muito antes dele, então, não dei ouvidos.
Ele chegou em casa me puxando pelos cabelos, eu achava aquilo engraçado, porque nunca pensei que isso pudesse acontecer, mas aconteceu e doeu, ah, como doeu. 
Depois de um tempo foi se fazendo constante e eu já não sabia mais o que fazer, eu só sabia que haviam marcas e não eram sinais de amor, bom, sempre me disseram que era, mas, agora, ali, me olhando no espelho e lembrando de toda sua raiva, não parecia amor e certamente não era.
Eu esperei mais um pouco porque  ele havia dito que iria parar e que tudo aquilo era porque ele me amava e eu não demonstrava o suficiente, e eu me senti culpada. Não era merecedora dele, então fiquei, e fiquei, e fiquei e quando vi que não tinham mais espaços no meu corpo para terem mais roxos e hematomas, eu achei que aquela era a hora de ir, e eu fui, mas ele foi atrás, ele me seguiu e matou minha alma.
Eu voltei com ele, para ele, porque ainda o amava e ele disse que se sentia arrependido e que tudo aquilo era culpa minha, e eu acreditei, afinal, o que eu fiz? 
Bom, pelo visto, nada, e esse foi o problema.
Depois de mais alguns anos, depois de cinco anos da primeira vez, quando eu já tinha uma filha pequena, ele não havia parado e eu, já havia perdido as esperança, minha filha não sabia o que estava acontecendo e eu fiquei com medo, medo dela achar que aquilo era amor, porque eu não sentia mais, eu só sentia a dor e não queria que ela sentisse também, eu fiz por mim e pelo meu amor.

Via Aléxya Gama

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