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sábado, 10 de dezembro de 2016

Pássaro

Me chamavam de pássaro
Não tinha uma cor específica
Era todas elas

Me chamavam de livre
Não tinha lugar para ir
Nem para voltar

Me chamavam de pássaro
Hoje sou gaiola

Não prendo
Não jogo fora
Deixo entrar

Podiam me chamar de pássaro
Mas não sou
Não tenho cor

Me chamavam de pássaro
Hoje sou gaiola

Eu podia ser um pássaro na gaiola
Mas nunca fui um
Sempre fui o

Por isso
Não cai na mesmice de ser um pássaro na gaiola
Me tornei a gaiola

Não me lembro qual foi a bruxa responsável
Não sei se teve uma

Ao longe vejo um pássaro azul
Pois é, um, não o

Nas cobras que pensam vejo o pássaro amarelo
Isso aí, o, não um

Era eu
Mas agora tem cor
Agora é meu


Via Aléxya Gama

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