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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Espinho

O amor era selvagem, avassalador.
Ama-lo era surpreendente, era delicioso.
Sabia muito bem de todos os riscos e de todas as consequências,
mas não me importava. Desde o início os meus olhos só estavam vidrados nele, todo o resto seria só mais uma carga que eu teria que carregar.
Por mais inacreditável que fosse eu não podia ignorar o que meu coração gritando, e por isso me entreguei a ele como se entrega um brinquedo a uma criança. Dei tudo de mim e quase não recebi nada dele.
Por mais clichê que isso seja, ele era o erro e eu estava completamente enfeitiçada.
Ele era o espinho mais pontudo que eu já havia visto, mas o grande problema de tudo isso era que eu amava rosas.
Eu iria até o inferno por ele se fosse necessário, porque mesmo que não fosse o que tinham sonhado para mim, era tudo que eu queria, e então o segurei com toda força que tinha e o deixei bem perto de mim. Mesmo com minhas mãos encharcadas de sangue e vozes me dizendo que deveria largar, não podia faze-lo, aquele era o meu espinho, o espinho mas precioso no meio de tantas outras rosas que eu tive a chance de tocar.
No final, o espinho perfurou toda minha carne e escapou, não deixou nem um vestígio e eu não podia procura-lo e captura-lo porque minhas mãos estavam destruídas.
Ele foi o meu precioso espinho, o maior e mais afiado, o que deixou mais estrago.
Ele foi um espinho cruel, mas eu amava rosas.


Via Aléxya Gama

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