Entrava calmamente pela porta do hospital onde trabalhava e me dirigia até a pequena sala de médicos no quinto andar.
Não estava muito animada para trabalhar hoje.
Não sei o porque, mas durante toda essa semana tive uma completa
vontade de deitar em minha cama e permanecer nela até que o mundo acabasse.
Havia algo dentro de mim que me puxava para cama a todo segundo, mas havia algo muito maior que me puxava para o hospital. Eu não podia simplesmente me deitar o dia todo em minha cama e ficar lá no conforto do meu quarto enquanto várias pessoas precisam de mim.
Sai do elevador e entrei na primeira porta a direita.
Coloquei minha bolsa no armário e fui até o banheiro trocar de roupa e colocar o jaleco branco que tinha o meu nome, Dra. Bruna.
Arrumei minhas coisas no pequeno armário assim que sai do banheiro e coloquei meu celular no bolso do jaleco. Parei ao lado da porta despejando um pouco do álcool em gel que ficava ao lado da porta e coloquei minha luvas, logo em seguida saindo da sala.
Depois de duas horas atendendo pacientes e fazendo acompanhamentos fisioterapeutas, três ambulâncias chegaram vindas de um acidente no oeste da cidade, onde havia acontecido um acidente entre dois carros e uma moto.
O motorista da motocicleta foi o mais atingido, já que estava por entre os carros.
O homem cujo nome descobri ser John, estava em cima da mesa de cirurgia a minha espera com o joelho para fora e os braços rasgados de ponta a ponta.
O seu estado era deplorável, e eu, sinceramente, estava sentindo muita pena da família dele.
Quando estava vindo para sala de cirurgia, pude ver sua família na sala de espera, era uma típica família grande. Haviam cinco crianças, cada uma no colo de uma mulher e seis homens estavam em pé com os rostos molhados e tristonhos.
Preparei tudo para cirurgia e a comecei, não podia lamentar pela vida dele, caso fizesse isso, não me empenharia o suficiente para salvar a vida e a aparência dele, que pelo que pude perceber, era linda.
Via Aléxya Gama
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