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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Minha mãe, Minha dor

Engulo o choro que está preso em minha garganta e continuo o caminho até a saída do cemitério.
Em toda minha vida, nunca achei que enterraria minha mãe.
A velha tinha uma saúde invejável e fazia sua caminhada e sua fraca malhação
todos os dias pela manhã, se preocupava em comer somente comidas saudáveis e em hipótese alguma deixava de brincar com os netos quando ia a visitar.
Tenho que admitir que aos 94 anos de idade, ela já estava com uma certa idade, mas dói tanto.
Sinto como se uma enorme pedra estivesse em cima do meu coração, impedindo que meu sangue circule e fazendo com que meu coração fique a cada segundo mais machucado e a cada dia ele vá desistindo mais.
A dor de perder alguém é algo inimaginável, é algo desesperador, você acorda de manhã, segue sua rotina normalmente e em um segundo do dia você lembra que tem de ligar para tal pessoa e conversar, ver como ela está e se podem fazer algo juntos, e de repente você lembra que não vai adiantar, ninguém irá atender o telefone, ninguém irá te responder, aquela pessoa não vai mais rir de suas piadas sem sentido ou de seu tropeços desajeitados pelo chão, aquela pessoa não vai mais te abraça, nem te beijar, nem dizer que ama você.
Não existe mais aquela pessoa, não há mais o rosto concreto para você olhar, não há um corpo concreto para te abraçar.
E você lembra que daqui alguns anos ninguém vai se lembrar dela e ninguém vai sentir mais nada por ela, e consequentemente você pensa que podia ter feito algo, pensa que podia ter impedido ou ajudado, mas não fez, não tinha como.
Você só pode tentar aceitar que chegou a hora, que a pessoa tinha de ir, nada mais.

Via Aléxya Gama

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