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quarta-feira, 16 de março de 2016

Prisão sem corrente

Era uma menina, por volta dos quinze anos. Aquele brilho no olhar, aquela euforia, aqueles gritos.
Certeza!
Completamente apaixonada.
O menino não era lá essas coisas não, ou era o que diziam.
Ela o amava tanto, mas tentou esquecer, porque: "Menina! Você tem que ter alguém que te faça crescer."
Coitada dela, amava tanto o pobre pequenino, e o pobre pequenino até que a amava também, mas ele sempre ouviu: "Você não a merece."
E ela por sua vez, sempre ouvia: "Ele é pouco demais pra você."
Nossa! Cruel, né!?
Nenhum dos dois podia ser ou ter o que queria, na hora que queria, porque os outros achavam que aquilo não era o que se devia.
Cruel, né!?
Pensar que você está preso a alguém ou algo que te deixa limitado a uma coisa que, na verdade, não parece ser bem preso, porque é uma prisão sem corrente, é algo que fica bem na sua mente.
Nossa! Cruel, né!?
Ela não pode ficar com ele.
Ele não era merecedor dela.
Dez ano depois. Sabe o que aconteceu?
O "A gente se vê depois." dela e o sofrimento dele gerou uma mulher, forte, decidida, com um futuro lindo, mas uma mulher arrependida e um homem trabalhador, sem muita coisa, só aquilo que lhe era necessário, mas o eterno sentimento de: "Eu não posso. Porque eu não mereço. Porque eu sou pouco demais." ou "Eu não posso. Eu não devo. Porque não querem."
Cruel, né!?
Ficar preso por uma corrente invisível. 
Ficar preso por algo que, na verdade, não te prende.
Por algo que não está só na família, nos amigos ou na sociedade, mas na sua mente.  


Via Aléxya Gama

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